terça-feira, 23 de abril de 2013

Reduza os custos de transporte



A necessidade de descobrir novas formas de otimização dos processos da cadeia de suprimentos é um grande desafio

A manutenção da vantagem competitiva no ambiente de negócios requer a melhoria contínua dos processos e a redução dos custos. Muitas empresas focam no transporte - que é um dos custos mais relevantes da logística - num esforço de controlar os custos da cadeia de suprimentos e ajudar a garantir embarques no prazo.

Entretanto, o gerenciamento eficaz do transporte tornou-se mais complexo devido ao aumento dos custos, além da falta de capacidade no transporte com caminhões que levou a um ambiente em que as empresas têm que obter o “serviço a qualquer custo”; falta de motoristas capacitados no setor de transporte; pressões crescentes no serviço ao cliente e mudanças dos regulamentos e, mais recentemente, a preocupação com a eventual limitação de horas de trabalho dos motoristas.

Dadas estas tendências, as empresas envolvidas na distribuição muitas vezes procuram um TMS (“transportation management system”, sistema de gerenciamento de transporte) para automatização dos processos e redução dos custos associados.

Não existe uma solução para tudo

A quantia gasta por uma empresa anualmente no transporte determina o tipo de sistema necessário, bem como a economia esperada. As reduções estimadas descritas adiante variam por empresa dependendo de como o sistema TMS é aplicado dentro do seu ambiente particular. Nem todas as empresas, necessariamente, atingem as reduções estimadas nas seguintes áreas:

1 Gerenciamento de contratos: (redução estimada de 10% no custo administrativo)
O gerenciamento dos contratos dá a capacidade de registrar de forma acurada todos os contratos dos prestadores de serviços de transporte em um arquivo único e centralizado, além de acessar e incorporar facilmente os preços atualizados. Essa ferramenta também é uma função administrativa com a qual a acurácia apresenta resultados positivos. A manutenção dos preços acurados evita erros muito caros nos processos subsequentes desde a seleção da transportadora até o pagamento do frete. Simples de usar, a administração dos valores dos contratos, com uma sequencia de auditoria completa de todas as atividades, traduz-se na capacidade de calcular de forma acurada os encargos de cada embarque.

A implementação de um novo software de TMS é uma excelente oportunidade de “colocar ordem na casa”. Como um passo neste processo, os contratos de fretes devem ser racionalizados ao longo de toda a base de suas transportadoras. Um formato padronizado dos contratos proporciona a capacidade de negociar e avaliar melhor os resultados das negociações de todas as empresas transportadoras.
O processo de racionalização deve padronizar os preços do transporte de longa distância, o que é possível com o uso de definições comuns da geografia das rotas de tráfego em todos os contratos.

A manutenção rápida e acurada dos valores também é crucial na prevenção de erros. As atualizações dos valores dos contratos devem ser registradas no sistema assim que a negociação das alterações for concluída.

A capacidade de dar entrada nas alterações de preços, que entrarão em vigor numa data futura, é o fator-chave na garantia de que todas as alterações de valores são coletadas e implementadas. A capacidade de manter uma seqüência de auditoria on-line de todas as alterações de preços também é importante para agilizar o processo de revisão dos encargos dos fretes e determinar a quantia correta dos embarques concluídos.

2 Melhores cargas e rotas: (redução estimada de 5 a 17% nas despesas anuais de frete)
No mercado atual, onde dependendo da época faltam equipamentos, a redução dos custos do transporte requer medidas eficientes e não somente a procura de descontos dos provedores de transporte. A criação de um plano de transporte é um modo certo de gerar economia sem causar distúrbios na sua base de transportadoras. À medida que a tecnologia da otimização avança, ela se torna acessível a um mercado
muito mais amplo do que antes. Isto significa que até os embarcadores menores conseguem tirar proveito da economia que ela gera.

No passado, a criação de um plano manual de transporte dependia do conhecimento e experiência individual para combinar os pedidos nos embarques.
Devido à natureza demorada da revisão das muitas combinações potenciais de pedidos, uma solução
mais simples com base na generalização sempre foi a preferida. O processo de formação de cargas manual muitas vezes ignora a economia potencial na criação de cargas completas de caminhão com múltiplas paradas.

Além disso, a otimização automatizada pode liberar recursos valiosos do processo demorado de formação e ajuste manual das cargas. Este tempo pode ser gasto nas atividades que agregam valor, tais como a revisão do desempenho das transportadoras e o trabalho pró-ativo em busca de maiores níveis de satisfação do cliente.
A capacidade do sistema TMS de planejar e executar com eficiência uma estratégia de consolidação permite atender à necessidade de transporte econômico exigida por seus clientes e sua empresa.

O planejamento das melhores cargas e rotas, aliado aos preços acurados, permite revisar com rapidez o impacto financeiro de um plano de transporte.
Até nos melhores ambientes, os planos mudam com frequência. Um sistema TMS não só deve permitir enxergar os resultados financeiros de um melhor plano de transporte, mas também deve permitir rever o impacto das mudanças no plano.


3 Seleção do tipo de transporte e da transportadora de menor custo: (redução estimada de 2 a 7% das despesas anuais de frete)

A seleção de uma transportadora de menor custo pode render economia sem afetar o serviço ao cliente. Em geral depende do desempenho histórico da transportadora. O desenvolvimento de uma classificação preço / desempenho das transportadoras é o fator-chave na implementação de um processo eficaz de seleção das transportadoras de menor custo. A base de transportadoras deve ser analisada para cada rota de tráfego principal e desenvolvida uma classificação que expresse claramente a ordem de preferência das transportadoras em cada rota de tráfego.

Na implementação pela primeira vez de um TMS, a classificação do desempenho das transportadoras pode ser totalmente subjetiva. Em qualquer caso, deve ser desenvolvida uma classificação e revisada periodicamente à medida que os dados empíricos do desempenho das transportadoras vão ficando disponíveis. A prática comum nesta área é colocar as transportadoras em categorias Primárias, Secundárias e Reservas e classificar numericamente cada uma dentro das categorias.

Quando uma transportadora de menor custo não é selecionada como a primeira transportadora, é importante que isto seja registrado e os motivos da não-conformidade sejam entendidos.

Outra área de economia potencial e às vezes ignorada é a concorrência em torno dos tipos de transporte para os mesmos embarques. As tradicionais políticas entre os tipos de transporte precisam ser revistas e ajustadas ao ambiente atual. Os embarques não devem mais ser categorizados como simplesmente incorridos em um único tipo de transporte; os múltiplos tipos de transporte devem ser revistos quanto ao custo/desempenho quando os embarques forem em uma “área verde” que necessite de múltiplos tipos de transporte. A abertura do processo de seleção das transportadoras, para tirar proveito das áreas de concorrência  atuais entre os prestadores de serviço, pode ser uma excelente forma de gerar economia em um mercado com capacidade limitada.


4 Execução dos embarques: (redução estimada de 1 a 5% das despesas anuais de frete)

A automação nos procesos de embarque pode gerar economia de várias maneiras. Essa é a área que mais consome tempo do pessoal de gerenciamento de tráfego. A automação do processo de licitação também proporciona redução do tempo gasto com telefonemas e e-mails, além de ajudar a garantir a conformidade da rotina com um programa de seleção de transportadoras de menor custo. Ela também significa que as transportadoras recebem informações completas e acuradas sobre os embarques licitados pela primeira vez a todo o momento.

No passado, o processo de licitação automatizado era limitado às grandes empresas e grandes  transportadoras. Devido à variedade de tecnologias de integração no mercado atualmente, pode ser usada uma metodologia econômica até mesmo pelos menores embarcadores.

Para as transportadoras menores com menos tecnologia, a web oferece a conectividade em tempo real. Quando é selecionada uma transportadora para licitação, o sistema consegue enviar um aviso de licitação por e-mail, direcionando o representante da transportadora à uma página da web para responder ao aviso de licitação.

Esta metodologia simples e confiável pode substituir uma infinidade de telefonemas na tentativa de atingir o representante da transportadora desejada.
Além disso, a transportadora recebe uma comunicação completa e acurada dos detalhes dos embarques sem aquelas conversas demoradas pelo telefone. Isto reduz ainda mais o tempo gasto no telefone e os erros inevitáveis que ele introduz.

Devido à capacidade de se conectar eletronicamente com toda a base de transportadoras, o rastreamento em trânsito pode oferecer visibilidade – muitas vezes antes dos deslizes nos requisitos de serviço ao cliente.
A capacidade de monitoramento do  desempenho da coleta/entrega em cada parada permite a intervenção pró-ativa quando um embarque estiver se desviando do programa.

Em muitos casos, esta visibilidade antecipada das exceções de desempenho permite o aviso pró-ativo ao cliente e a prevenção da imagem de um serviço deficiente ao cliente devido às exceções do processo de “fulfillment” (atendimento de pedidos por telefone ou correio que inclui a separação e envio dos itens). Os aplicativos de TMS nativos da web também oferecem os benefícios de disponibilizar as informações da situação dos pedidos, desde o programa até a entrega, para todas as partes interessadas de sua empresa. O pessoal de vendas e de serviço ao cliente pode ter páginas na web de  auto-atendimento que as permitam consultar facilmente a situação dos pedidos sem aqueles telefonemas
prejudiciais e demorados para o departamento de tráfego.

A capacidade de registrar e acessar de forma acurada o desempenho de toda a cadeia de suprimentos adquiriu um valor maior com base no ambiente atual do transporte. Os encargos das retenções e pausas nas viagens, antes considerados triviais no custo do transporte, hoje podem representar facilmente um elemento significativo.
Somente a capacidade de rastrear estes eventos com acurácia, à medida que forem ocorrendo por local, ajudará você a tomar as medidas adequadas no gerenciamento destes custos. 

5 Melhorias de desempenho: (redução estimada de 1 a 3% das despesas anuais de frete)

A capacidade de gerenciar o desempenho sempre dependeu da capacidade de medi-lo. Num ambiente em ritmo acelerado e com recursos limitados, a medição com frequência  permanece à margem, como se fosse uma atividade muito demorada para se formalizar como processo. Um dos principais benefícios de um sistema TMS é a automação da coleta dos indicadores-chave de desempenho. O sistema registra estes indicadores em tempo real à medida que o processo vai acontecendo.

A capacidade de medir o desempenho pode afetar o foco sólido nas atividades de correção e melhoria. A medição fácil do embarque atrasado para um cliente crítico pode ser o resultado do mau desempenho da transportadora.
Mas, da mesma forma, pode resultar de um fluxo local que tenha baixo desempenho na carga e descarga.
A capacidade de levar estes tipos de eventos da medição subjetiva para um ambiente baseado em fatos proporciona a oportunidade de adotar uma medida corretiva significativa e eficaz.

A alocação acurada dos gastos com os fretes é outra medida de desempenho que um sistema TMS pode oferecer. A capacidade de entender os detalhes dos custo das regiões de atendimento e dos clientes específicos pode gerar melhores decisões. Esse entendimento leva à melhoria do projeto das redes de distribuição.








domingo, 7 de abril de 2013

Comparação: empilhadeiras, rebocadores, AGVs, etc



QUANTO CUSTA PERCORRER?

Empilhadeira, transpalete, AGV ou rebocador: qual a melhor distância para cada um? Saiba calcular o custo para escolher o mais adequado.

Cinco veículos: qual o mais barato no deslocamento?
Especificações básicas dos equipamentos avaliados:
• Empilhadeira elétrica de mastro retrátil com capacidade nominal de 2 t (R$ 95.000,00):
• Velocidade de translação = 200 m/min, elevação do garfo até 10 m e corredor de 2,80 m;

• Empilhadeira a combustão contrabalançada com capacidade nominal de 2 t (R$ 75.000,00):
• Velocidade de translação = 220 m/min, elevação do garfo até 5 m e corredor de 4,10 m;

• AGV (“automated guided vehicle”, veículo automaticamente guiado) para dois paletes de 1 t (R$ 160.000,00):
• Velocidade de translação = 220 m/min e corredor de 3 m;

• Rebocador a combustão com capacidade para 4 t (R$ 63.000,00 + R$ 15.000 por reboque x 6):
• Velocidade de translação = 200 m/min;

• Transpalete manual com capacidade para 1 t (R$ 950,00):
• Velocidade de translação = 70 m/min.

atualmente existe grande oferta de tipos de equipamentos de movimentação de materiais, e os problemas nas fábricas e centros de distribuição têm inúmeras variáveis, principalmente devido à diversidade das operações e ao fato de as instalações estarem cada vez maiores. Com isso, os gestores têm a seguinte dúvida: qual é o melhor equipamento?
Para facilitar a comparação criamos um cenário e limitamos a análise a alguns modelos mais comuns, com as suas características principais, a partir das quais será possível extrapolar o estudo para outras situações:

Premissas utilizadas nos cálculos
Cargas paletizadas • com 1m x 1,20 m x 1,20 m de altura e até 1.000 kg;
• A operação tem um ritmo médio de movimentações e não necessita de equipamentos de reserva. As velocidades indicadas no box representam médias dos equipamentos com carga e sem carga, sendo que nos cálculos foram consideradas aceleração, desaceleração e manobras que representam uma perda de aproximadamente 20%, além dos limites impostos pela segurança das empresas;
• Dois turnos com 14 horas trabalhadas, taxa de ocupação dos equipamentos = 60%, e 40% em translação;
• Os valores em reais servem como referência para efeito de comparação, considerando os diversos
modelos, fabricantes e origens (países e moedas), sujeitos a variações (para + e para -) de até 20%;

• Depreciação linear (valor de aquisição – residual) em 36 meses, e custo de oportunidade = 0,7% am;
• Duas baterias para atender dois turnos, e o valor das instalações é estimado, pois varia muito para cada empresa;
• Definiram-se as distâncias a percorrer (ida até 120 m), pé-direito, resistência e acabamento  superficial do piso, elevação do garfo (até 5 m) e piso adequado tanto para equipamentos a combustão quanto elétricos; Foram utilizadas planilhas de custos conforme o exemplo, calculados os custos de deslocamento por metro por palete e obtidos os seguintes valores (R$/m/palete):
• Empilhadeira elétrica de mastro retrátil: R$ 0,00491;
• Empilhadeira contrapeso a combustão: R$ 0,00380;
• AGV: R$ 0,0036 + R$ 0,05 de custo fixo para a operação de carga e descarga;
• Transpalete elétrico: R$ 0,00308; e transpalete manual: R$ 0,00279
• Rebocador a combustão: R$ 0,00165 + R$ 0,05 de custo fixo para as operações de carga e descarga.



Avaliação e comparação
Os valores calculados resultaram no gráfico abaixo, a partir do qual pode-se concluir:
• Os valores e soluções não devem ser copiados, e sim criados e analisados modelos específicos  para apoiar a tomada de decisão a partir do desenvolvimento de cenários conhecidos;
• Comparando-se simplesmente o custo por metro linear da empilhadeira contrapeso a combustão com a elétrica, poderia se concluir que uma é melhor que a outra, porém para uma avaliação definitiva deve-se também considerar a largura do corredor e a elevação do garfo que, no caso da empilhadeira elétrica, pode implicar redução de investimento para a construção ou aluguel do armazém. O que deve prevalecer é o valor total;
• No caso do AGV, apesar do custo um pouco mais elevado e de este não ter a mesma agilidade do transpalete elétrico, para algumas operações específicas, como em áreas insalubres, ele pode ser viável. O transpalete elétrico se consolida para armazéns de operações com ritmo médio e intenso para evitar deslocamento de empilhadeiras, principalmente as elétricas, que têm custo maior. O transpalete manual é imbatível para pequenas distâncias;
e
• Os rebocadores são muito competitivos para operações em que o nível de ocupação é elevado e com deslocamentos acima de 70 m, principalmente para transferência entre prédios;
• Utilizar somente empilhadeiras, principalmente aquelas a combustão, que são consideradas “as mais versáteis”, certamente é uma decisão equivocada, pois em inúmeras situações o transpalete e o rebocador são soluções muito mais adequadas e econômicas.


Conclusões
O uso de empilhadeiras para movimentos de translação acima de 30 m deve ser bem avaliado, principalmente para um número de equipamentos maior que três, porque são adequadas para empilhar e não para deslocamentos de translação em médias e grandes distâncias, mesmo porque os deslocamentos podem ser feitos/complementados com menor custo por transpalete manual (até 30 m devido a limites ergonômicos) e transpaletes elétricos (acima de 30 m).
Já o rebocador a combustão (incluindo a empilhadeira para carga e descarga) é viável a partir de 40 m, e é, de longe, a melhor solução para distâncias acima de 60 m.
AVGs  são solução para deslocamento em rota fixa


Fonte: http://www.imam.com.br/consultoria/index.php?option=com_docman&task=doc_details&gid=18&Itemid=13