quinta-feira, 15 de março de 2012

Web 3.0 turbina cadastros de materiais

Cadastro de Materiais - Web 3.0 turbina cadastros
Web 3.0 turbina cadastros
Esta inovação promete revolucionar a maneira como administramos os cadastros de materiais
Outro tsunami está chegando à administração. Se você depende de cadastros e deixar de ler este artigo, o risco será todo seu! Já publicamos diversos artigos sobre gestão de cadastros, no entanto é preciso estarmos sempre atentos às tendências emergentes. O fato é que a forma de catalogarmos os materiais, entre outras informações, está prestes a mudar de maneira tão radical, que o atual cadastramento de itens será primitivo e inviável daqui alguns anos. Neste artigo veremos que as melhores práticas para catalogação de materiais, conhecidas no Brasil como Padrão Descritivo de Materiais (PDM) ou “Master Data Management” (MDM), vão passar por mudanças drásticas nos próximos anos graças à tecnologia web 3.0. Você e sua empresa estão preparados?
Para compreender essa revolução precisamos primeiro definir alguns termos. Começaremos pela semântica, que é o estudo do significado, isto é, sinônimo para informação inequívoca. Daí, web semântica é a tecnologia computacional capaz de consolidar e catalogar informações públicas (metadados e conteúdo “open source”) de forma precisa, padronizada e relacionada.
Imagine um formulário, que é um documento contendo informações de forma estruturada. Preenchemos inúmeras informações em formulários na rede mundial, tais como dados pessoais em cadastros de serviços, fotos e receitas, respostas de pesquisas, comentários e preços realizando alguma compra. Com a web semântica podemos associar uma forma padronizada à informação publicada na internet. Essa avançada arquitetura da informação também é conhecida como web 3.0, sendo denominada semântica porque busca atribuir significados (tags ou rótulos, taxonomia e ontologia) aos conteúdos publicados na internet, de modo que sejam compreendidos e explorados por computadores e humanos.
Arquitetura da informação

A web das coisas
Semântica tem muito a ver com a sintaxe, ou seja, a forma como você diz ou entende algo. Está relacionada com o significado das coisas - qualquer coisa - objetos, lugares, pessoas, etc. A web 1.0 é uma rede de documentos, enquanto a web 2.0 é tida como a rede de pessoas (social, ou “user generated content”). Caminhamos para a futura web 3.0, onde alcançaremos a semântica das coisas e como essas coisas estão relacionadas. Imaginamos infinitas possibilidades, como melhores sites, achando informações mais relevantes para facilitar nossa vida cotidiana. Hoje mesmo, por exemplo, após adquirir um livro, a livraria lhe recomenda outros livros comprados por clientes com interesses similares ao seu.
Para que a web semântica se concretize, no entanto, será preciso que os dados sejam acompanhados de descrições baseadas nos padrões W3C (www.w3c.org). Por meios dessa estrutura, os computadores compreenderão o que representa um nome, local ou qualquer outro atributo. Com essa camada será possível a ação de programas (agentes inteligentes) para estabelecer relações, gerar conclusões e executar tarefas.
Daí, chegamos aos metadados, que são campos que descrevem um objeto, uma pessoa ou um serviço. Observe que metadado é um campo, não seu conteúdo. Por exemplo, metadados de formatos de fotos digitais informam data, hora, local e tempo de exposição. Para que os metadados façam parte da web semântica precisam estar visíveis e acessíveis pelos mecanismos de busca.
materiais-3Como defini no livro “Dinâmica dos Estoques”, publicado pelo Instituto IMAM em 2002, taxonomia é o processo de agregar, segmentar e categorizar itens segundo algum critério objetivo de similaridade relevante. Conceber essa estrutura implica  criar uma hierarquia organizacional, do tipo 1 para n, para o universo dos itens (escopo), como na classificação das espécies na biologia, num plano de contas contábil ou num diretório de um sistema operacional de computador. Na logística, por exemplo, os critérios mais frequentemente utilizados segmentam os materiais por aplicação, tecnologia ou origem.
Como podemos montar essas taxonomias? Atualmente utilizamos mapas mentais para administrar taxonomias, no entanto a experiência demonstrou que a frustração será apenas uma questão de tempo, pois qualquer estrutura hierárquica “quebrará” mais cedo ou mais tarde. Como afirmou Clay Shirky, a única pessoa que pode classificar tudo é todo mundo. Outra alternativa é a folksonomia, uma abordagem de taxonomia mais moderna e aberta, onde os tags - que podem ser diversos - são definidos e eleitos pela comunidade de usuários.

Internet das coisas
Em termos de cadastros ainda há muito a ser desenvolvido, no entanto algo já está se tornando realidade graças ao “Global Source One” (GS1) e seu sistema “Global Data Synchronization Network” (GDSN). 
O sistema GDSN visa manter atualizados e acurados todos os dados cadastrais de mercadorias, inclusive preços, entre fabricantes e varejo. Isso significa que qualquer alteração na especificação de um produto estará atualizada em toda a rede em instantes, o que atualmente já representa cerca de 5 bilhões de transações por dia.
Um exemplo pioneiro dessa técnica está presente no aplicativo Delicious Library 2 (www.delicious-monster.com), que ilustra a tendência da catalogação colaborativa abrangendo livros, filmes, software, videogames, música, brinquedos e ferramentas, em que os usuários catalogam seus itens incluindo sinopse, detalhes, avaliações, preços e produtos similares. 
Enfim, na automação das operações logísticas, as modernas etiquetas 2D e de RFID, scanners, balanças e gôndolas inteligentes, em conjunto com os softwares de gestão de estoques e depósitos, os metadados e a web 3.0 formarão a infraestrutura capaz de puxar a cadeia de suprimentos sincronizada com a demanda, revolucionando a experiência do usuário como apresentada na loja-piloto do grupo Metro em Dusseldorf, na Alemanha. Tudo isso é só uma questão de tempo.

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