domingo, 29 de julho de 2012

Dois milhões de posições palete



dois-milhoes-de-posicoes-palete-1Foi-se o tempo que manter grandes estoques era uma questão de sobrevivência, hoje espaço no segmento logístico é tratado como estratégia operacional.

Por isso, para os operadores logísticos e as empresas contratantes a oferta de posições palete é tão analisada quanto a contratação de um veículo de carga. E de acordo com o perfil de Operadores Logísticos 2012, o setor está bem abastecido. Foram informadas 2,49 milhões de posições, espalhadas pelos estados brasileiros e concentradas, princi-palmente, nas regiões Sul e Sudeste.

Outro índice de concentração aponta que a maior parte desse montante está instalado em apenas 12 empresas. Segundo os dados da pesquisa, esses operadores detêm 60% das posições palete declaradas, sendo que nove dessas empresas têm atu-ação no segmento de cosméticos e oito no de higiene e limpeza. É o caso da Mclane, com participação nos dois segmentos, entre outros. Segundo Roldo Goi, diretor de operações da empresa, cosméticos é o que mais exige posições paletes em função da variedade de produtos, múltiplas especifi-cações e muitos lançamentos.

A pesquisa também aponta a relação entre volume de estocagem e posição palete. Das cinco maiores empresas em volume de estocagem (acima de 1.000.000 m3), três estão entre as 12 maiores em quantidade de posições. É o caso da Atlas Transporte e Logística, com 77,8 mil po-sições e 5,3 milhões m3;  Bomi Farma, 90 mil posições e 1,2 milhão m3; e Tegma, 62,2 mil posições e 1,3 milhão m3.

Volume e estruturas
A necessidade do uso de equipamentos de movimentação e separação de itens tem elevado a área construída dos operadores logísticos que, exclusivamente, atuam no segmento de transporte. É o caso da Braspress, que ocupa a segunda colocação entre as cinco empresas com as maiores metragens cúbicas, mas possui somente 5 mil posições palete, que não são destinadas à estocagem. Graças aos investimentos em transportadores contínuos para separação, recebimento, classificação, carga conferência e expedição de carga, também conhecidos como sorter, a empresa tem construído e ampliado suas unidades e, por isso, já conta com 2,22 milhões m3.

Também entre os cinco maiores em volumes, a Tegma, com 1.37 milhão m3, aumentou em 197% sua área de estocagem nos últimos quatro anos, consequência de aquisições e reestruturações. Mas diferente da Braspress, a empresa também atua no segmento de movimentação e armazenagem de carga. E por atender diversos segmentos da economia, tais como veículos, autopeças, equipamentos eletrônicos e de telecomunicações e e-commerce, adota diferente tipos de estruturas de estocagem, tais como porta paletes, mezaninos e racks auto empilháveis.
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dois-milhoes-de-posicoes-palete-3É cada vez mais comum os operadores logísticos variarem o tipo de estrutura de estocagem instalada. Para Ozoni Argenton Júnior, diretor da Arfrio, com a variação,
é possível atender à necessidade de  movimentação e armazenagem exigidas pelos produtos dos clientes. Muitas vezes as estruturas de estocagem podem ser utilizadas de forma mista, possibilitando uma melhor movimentação dos produtos nos armazéns, reduções de avarias e, consequentemente, proporcionando menores custos. Por esse motivo, a Arfrio utiliza estruturas porta paletes, modelo comum; estruturas drive-in, que possi-bilitam maior concentração de estoques estáticos ou de baixo giro; estruturas push back, para grandes estoques em que há alto giro; e estrutura convencionais, como contentores metálicos pré-montados, para armazenagem de produtos que não são acondicionados em paletes PBR.

Com a variação do tipo de estrutura e o aumento do número de posições palete, as empresas também precisam se preocupar e investir em equipamentos de movimentação. A Tegma, por exemplo, para o seu mix de estruturas, adota  equipamentos como: empilhadeiras GLP, elétricas e retráteis, transpaletes, guindastes e elevadores para carga.
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dois-milhoes-de-posicoes-palete-5Efeito sazonal
Assim como os produtos são disputados nos supermercados durante as datas sazonais, como Natal e Páscoa, as posições palete também ganham maior importância para fabricantes e varejistas nesses períodos. E, por isso, ainda é comum encontrar empresas que perdem a venda por não encontrar espaço de estocagem disponível no mercado ou que pagam preços acima da média por alguns metros quadrados.

Para a Arfrio, o período de maior movimentação e armazenagem ocorre em duas datas: final de ano, quando as empresas buscam à partir do ultimo quadrimestre do ano armazenar seus estoques reguladores para as festas; e na Páscoa, que também têm movimentação com volumes diferenciados quando os produtos (ovos de chocolate e outros) são armazenados em câmaras climatizadas. “Essa fase normalmente acontece com um trimestre de antecedência à data da Páscoa, também com o objetivo de manter os estoques até o início das vendas”, esclarece Ozoni.

No caso da Mclane, as datas que elevam a movimentação entre as posições palete também ocorrem no final ano, mais especificamente entre os meses de outubro e novembro. No entan-to, por atuar no segmento de cosméticos, as datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia das Crianças, elevam o interesse de fabricantes e distribuidores por pontos de estocagem. De acordo com informações do mercado, os preços por posição palete chega a dobrar nas maioria dos Operadores Logísticos.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Regulamentação dos Operadores Logísticos


A regulamentação da atividade beneficiará toda a categoria e trará benefícios trabalhistas futuros que desonerará as empresas  de encargos e riscos trabalhistas e fiscais.
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Operadores logísticos de todo o País desenvolvem serviços logísticos e a tributação, bem como o enquadramento econômico do setor acabaram se transformando ao longo dos anos em uma  autêntica “colcha de retalhos”.

“É inaceitável que uma lei de 1903 ainda norteie as condutas deste setor e não faz mais sentido a Lei de Armazéns (do início do século passado) ser referência mais de 100 anos depois.  Aquele era o tempo do carro de boi!”, destaca Pedro Francisco Moreira, presidente da ABRALOG – Associação Brasileira de Logística, que tem nesta causa uma de suas principais bandeiras.
O esforço de regulamentação da categoria iniciou-se, através da ABML – Associação Brasileira de Movimentação e Logística, há alguns anos, onde levantou-se a bandeira da regulamentação com a criação de um manual do operador logístico.

O envolvimento de representantes do setor, com a indústria e importantes representantes de associações de classe e governamentais tem agora a Missão de transformar o projeto em lei.

A falta de uma regulamentação clara e atualizada para os dias de hoje aumenta os riscos da operação logística no Brasil fazendo com que muitas empresas reduzam o seu potencial de investimento nesta área que é uma das mais importantes para o crescimento do País.
Ricardo Melchiori, diretor de Operações da Ceva Logistics, lembra que na área de logística, o Cadastro Nacional de Ati-vidades Econômicas (CNAE) é concedido conforme as empresas vão se agrupando em atividades (transporte, armazéns gerais, logística militar, operação intermodal, entre outras). Mas hoje,  quem faz tudo isso (Operadores Logísticos) não possui um CNAE.

De acordo com Adalberto Panzan, a falta desta regulamentação provoca, do ponto de vista fiscal, a emissão de diferentes notas fiscais para cada etapa do serviço logístico: uma para o transporte de carga, outra para a armazenagem e assim vai, até o término do ciclo, com códigos fiscais diferentes para cada operação.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Medir e pesar cargas na logística


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Medir e pesar são ações que podem parecer banais, porém são a base do planejamento logístico. 

Em centros de distribuição, na indústria, comércio ou serviços, não há espaço para surpresas. 

Ter acesso ao peso e aos dados dimensionais pode ajudá-lo:
•     calcular custos de transporte, determinar o melhor espaço para armazenagem e o correto manuseio dos materiais;
•     definir corretamente o uso de caixas e evitar erros na separação de mercadorias antes de chegarem à expedição;
•     planejar demandas de veículos e paletes;

Mas onde e quando você deve coletar os dados de peso e cubagem?
A maioria das pessoas diria que a coleta destes dados deve ser feita em uma estação de saída um pouco antes do embarque. Está, porém, não é a única resposta. Eis algumas possibilidades:

1.  Na recepção de mercadorias.
Pesar e cubar na recepção de mercadorias garante acuracidade no processo, mesmo quando o fornecedor muda a embalagem e não o código do produto, ou ainda quando o fornecedor muda o peso do produto unitário mas mantém a embalagem. Porém, para operações em que a carga é fracionada gerando um novo mix de produtos unitários ou de caixas unitizadas, as informações de entrada e saída do armazém são distintas. ainda assim, com uso de algumas tecnologias é possível fazer o cadastramento na entrada,  criando a possibilidade do fracionamento interno. Com isso garante--se que o centro de distribuição possa fazer uso de 100% das informações coletadas, planejando desde a entrada de mercadorias, locais de estocagem, formas de coleta, planejamento de caixas de embarque e, por fim, na expedição o cálculo do frete e o plano de carga em veículos.

2.  Durante inventário ou auditoria. 
Os dados sobre o tamanho exato e o peso de cada produto podem auxiliar na otimização e manuseio de materiais e ainda auxiliar sistemas de estocagem para a escolha da melhor forma para coletá-los. Em geral, as pequenas e médias empresas não têm informações precisas dos produtos que movimentam. algumas vezes nem mesmo as grandes e quando as têm não confiam na acuracidade do seu ErP (“enterprise resource planning”, planejamento do recurso empresarial) ou WMS (“warehouse management system”, sistema de gerenciamento de armazéns).

Entretanto, a tomada de dimensões com um processo de auditoria sempre chega depois que o erro já ocorreu. o frete foi cobrado a menos, o fracionamento de caixas gerou maior volume que o previsto e assim por diante.

3.  Antes do faturamento e emissão do frete.
Coletar as informações dimensionais e de peso na saída das mercadorias antes do faturamento é importantíssimo, afinal esta informação é essencial para tomada de decisão para frete peso ou frete dimensional (peso cubado). As informações dimensionais são ainda importantes para o planejamento de cargas em veículos, evitando--se o excesso de peso por eixo ou ainda empilhamentos indevidos de cargas frágeis, pequenas e pesadas, sobre cargas grandes e leves. Para as empresas que contratam frete, esta informação é ainda de fundamental importância como auditoria da cobrança de frete pelo contratado. Entretanto, só é válido fazer a medição de cargas apenas na saída, quando o que entra é diferente daquilo que sai, ou seja, fraciona-se 100% da carga recebida.

4. Na entrada e saída das cargas.
Dimensionar as cargas garante que as operações de fracionamento, crossdocking com repaletização e montagem de pedidos em unitizadores,  por exemplo, sejam perfeitos. As desvantagens estão nos custos do processo assim como nas tecnologias envolvidas nestes processos.

Um procedimento como este só se viabiliza economicamente quando seus benefícios ultrapassam o custo de sua implantação várias vezes. Para isso há que se avaliar o uso de várias tecnologias mais sofisticadas de pesar e medir, como veremos a seguir.

Como medir e pesar cargas?
O uso de uma balança e uma trena manual é o mais comum, porém, moroso e com várias chances de erro. Ler a trena ou a balança, anotar, transferir os dados via digitação para um sistema são, ao menos, três oportunidades de erro. O uso de tecnologias automatizadas acaba com o trabalho manual e o erro no processo de captura e transferência de dados dimensionais. Veja a seguir alguns exemplos de tecnologias para captura mais comuns:

•     Laser:
  com maior custo, porém permite a leitura de volumes não cubóides  ou cúbicos (com geometria irregular), pacotes, peças e máquinas de grande volumetria. Também apresenta a vantagem de permitir a leitura das dimensões da carga em movimento ou estática. A flexibilidade do laser permite inclusive a medição de cargas ainda no garfo da empilhadeira e o mesmo se faz com a pesagem, permitindo movimentar a carga enquanto se pesa e mede.
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•     Ultrassom:
  tem um custo mais bai-xo que o laser, porém é restrito aos volumes cubóides, cúbicos ou parale-logramicos e que permitam a reflexão do som. Alguns materiais podem apresentar baixa refletividade do som ou mesmo deflexão deste, causando erros de medidas. Esta tecnologia é apropriada para cargas estáticas e regulares, e processos mais lentos.

medir-e-pesar-cargas-3A coleta destes dados, associada ao código de barras, é a informação que dará o suporte aos processos e projetos logísticos. Dentre as mais importantes podemos citar:
•     Startup de sistemas como ERP, WMS e TMS;
•     Emissão de nota fiscal, com dados de peso e m3;
•     Emissão de conhecimentos de transporte;
•     Faturamento do transporte de carga pelo peso real ou cubado;
•     Auditoria de cobrança de frete.
São vários os tipos de tecnologias em-pregadas a cada fase do processo logístico para pesar e medir automaticamente:
•     Transportadores contínuos com cubadores laser;
•     Transpaletes com balança;
•     Equipamentos “stand alone” (balanças cubadoras) em linha de movimentação ou transportadores contínuos de “picking” ou “sort”;
•     Guinchos e outros suportes com balanças agregadas.

Algumas transportadoras chegam a perder até 30% do seu faturamento por informações erradas de peso e cubagem, o que acarreta em faturamento menor, consumo elevado de combustível e maior manuseio de cargas, sem falar em excesso de peso por eixo e multas.

Na indústria, a falta de um cadastro correto leva a problemas operacionais, como inadequação de embalagens aos produtos até erros de planejamento estratégico na área e volume de armazenagem necessá-rios para insumos e produtos acabados.

No operador logístico, às duas situações se somam os erros na cobrança de fretes até o mau planejamento de áreas segregadas para atender clientes.

Planejamento requer informação. Peso e cubagem estão na base do processo logístico! Quanto custa errar? Quanto custa não saber que se está errando? Você confia nos dados de peso e cubagem do seu sistema?