domingo, 28 de outubro de 2012

O que pode ser reciclado no caminhão


Em março, o blog Logística Sustentável divulgou que os caminhões Volvo são compostos 90% por itens recicláveis. Recentemente, a montadora informou a lista de peças e componentes que podem ser reaproveitados. De acordo com Lars Martensson, diretor de meio ambiente de caminhões Volvo, reciclar não é apenas uma preocupação ambiental, mas econômica. Afinal, no futuro poderá haver escassez de metais, o que elevará os preços e tornará a reciclagem a melhor opção.
Confira a lista de alguns desses itens recicláveis: 
.Baterias. Em bom estado podem ser renovadas e vendidas. Ao reciclar, 60% do peso é chumbo, que pode ser fundido e utilizado em novas baterias. Cerca de 30% é ácido sulfúrico que pode ser neutralizado e convertido em água. O restante é plástico que pode ser transformado em energia.
.Discos e tambores de freio. Podem ser reciclados através de fundição.
.Pneus e borrachas. Carcaças de pneus em bom estado podem ser recauchutadas ou transformadas em tapetes, cones de marcação no trânsito, compostos de asfalto. Há também a possibilidade de serem empregados na reciclagem da indústria de cimento. Borrachas em geral, como tubos ou juntas, podem ser usadas para a produção de energia.
.Eletrônica. Os metais podem ser reciclados e reaproveitados, enquanto os plásticos pode ser convertidos em energia.
.Vidro. Pode ser reciclado por meio de fundição.
.Glicol. Pode ser reaproveitado se a qualidade for elevada. Em outros casos, neutralizado e convertido em água, adicionando-se bactérias.
.Gás de ar condicionado. O gás R134a (HFC), se não estiver contaminado com derivados de petróleo, pode ser reutilizado após a limpeza. Se contaminado com óleo, pode ser queimado e transformado em energia.
.Lâmpadas. Em geral, esses itens podem ser recicladas depois de selecionadas.
.Abafadores de ruído. A partir da tecnologia SCR (Conama P7, no Brasil), os abafadores, além do aço inox da estrutura, contêm no interior um substrato cerâmico formando uma colméia composta por metais nobres e elemento ativo. Essa carcaça é reciclada, enquanto o substrato cerâmico é fundido. Nesse processo, os metais nobres e o elemento ativo podem ser recuperados.
.Metais em geral. Ferro, aço, alumínio, cobre e bronze têm alto valor agregado, por isso são reciclados em até 100% por meio de fundição.
.Motor, caixa e eixos. Se em bom estado, podem ser renovados. O metal é fundido e aplicado em novos componentes.
.Óleo e filtro de óleo. Óleo de alta qualidade pode ser reciclado, já o óleo contaminado é utilizado como fonte de energia em indústria de cimento. Filtros de óleo podem ser reciclados em 90%. São centrifugados para separar o óleo. O metal e o plástico podem ser fundidos ou transformados em energia.
.Texteis. Esse itens podem ser incinerados e, por isso, transformados em energia.
Por Mauricio MirandaIMAM

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Profissionalização de Operadores Logísticos e a demanda por executivos de alta qualidade


Artigo escrito por DÉBORA CECÍLIO
Considerando os investimentos em outros modais logísticos e o crescente consumo do mercado brasileiro, os operadores logísticos e as transportadoras estão a todo vapor para atender às demandas deste momento do mercado. Nos últimos anos temos visto algumas movimentações interessantes agitarem ainda mais estes setores, em que alguns operadores de médio porte foram adquiridos por empresas globais, além do crescimento da participação de fundos de private equity em importantes players em todo país.
Temos de um lado, neste cenário, grandes grupos logísticos, com atuação nacional e diversos serviços e soluções em seu portfólio, vivenciando movimentos de integração e profissionalização através da estruturação de conselhos de administração e contratação da primeira linha de executivos de mercado. Do outro lado, vemos empresas de pequeno e médio porte, ainda com gestão familiar, que buscam profissionalizar suas estruturas para buscar sua sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo e de margens muito apertadas.
Percebemos que estas empresas tem buscado executivos de mercado para assumir posições estratégicas em todas as áreas, desde Recursos Humanos e Supply Chain até Projetos, Finanças e Tecnologia. O que estas empresas desejam é justamente implantar novos modelos, melhores práticas e ferramentas de gestão que otimizem suas operações. Estas empresas buscam executivos que tenham, preferencialmente, experiência em multinacionais, com inglês fluente e excelente formação acadêmica. E, é claro, buscam um perfil flexível que possa se adaptar em ambientes menos estruturados, além de um forte olhar de inovação, que traga tendências e práticas bem sucedidas de gestão.
Executivos de projetos, por exemplo, estão muito demandados, pois alem de desenharem a solução logística junto ao cliente, são responsáveis por toda condução do projeto até sua operacionalização. Já em recursos humanos, executivos que tenham experiência com implantação de cargos e salários, estruturação de plano de benefícios e de incentivos de curto e longo prazo. Isso é percebido porque muitas das médias e pequenas empresas ainda não possuem políticas de benefícios atrativas, competitivas e alinhadas às práticas de mercado, por exemplo. Outro perfil bastante desejado é o do executivo de finanças que domine o planejamento fiscal e tributação interestadual, pois a redução de custo que se pode ter nestes casos é muito importante e impactam fortemente os resultados das pequenas e médias empresas.
Contratar um bom executivo pode ser visto como um alto custo para alguns, mas felizmente existem empresas que enxergam como um investimento em curto prazo que trará resultados consistentes no médio e longo prazo. Os desafios são enormes para os próximos anos. As empresas necessitam buscar rapidamente formas de otimizar processos e ganhar produtividade, através de um modelo de gestão moderno, pautado em eficiência operacional, gestão de custos e inovação.

Débora Cecílio
Diretora da Fesa – Global Executive Search Transforming Leadership
dcecilio@fesa.com.br
(11) 3365-3800

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Logística própria ou terceirizada? Motivos e critérios para a decisão


(*) Antonio Carlos da Silva Rezende                                                                                                                               
Não se precipite com o processo de decisão, pois são muitos os fatores que devem ser analisados para garantir o sucesso ou definir o fracasso da terceirização
Apesar da tendência atual para terceirização das atividades logísticas, verificamos muitas situações nas quais o processo foi mal conduzido, os resultados positivos demoraram a serem obtidos ou redundaram num verdadeiro fracasso.
Com o forte aumento da competitividade, a terceirização passa a envolver uma grande gama de atividades logísticas, além do transporte rodoviário de cargas que inicialmente era a função mais terceirizada.
Para desenvolver um processo de terceirização recomendamos a utilização das seguintes dicas:
1. Motivos para terceirizar – como a terceirização não é um caminho obrigatório temos que avaliar os motivos para a decisão:
  • Na cadeia de abastecimento da qual uma empresa faz parte, a terceirização poderá gerar impacto quanto ao nível de serviço?
  • Dedicação ao próprio negócio (“core business”) poderá fazer a diferença?
  • É relevante para evitar investimentos e substituir custos fixos por variáveis?
  • Melhorar o controle dos custos logísticos e absorver “expertise” é importante?
2. A empresa está preparada?  O processo não deve ser iniciado sem que os responsáveis pela empresa estejam realmente preparados para a mudança:
  • a consciência da necessidade de parceria e um ótimo relacionamento?
  • o domínio das operações, custos, procedimentos e indicadores a partir dos quais o terceiro será avaliado?
  • o preparo para transferir e compartilhar parte das atividades com “estranhos”?
  • a consciência das dificuldades desde a transição e o apoio e monitoramento ininterrupto das operações?
3. Definição dos objetivos – existem muitos motivos que levam à terceirização, porém as empresas devem definir claramente:
  • Logística e nível de serviço são diferenciais para manter ou conquistar clientes?
  • Redução de custos (movimentação, armazenagem, transportes, etc) é o foco?
  • Possibilidade de melhorar alguma operação se esta for terceirizada?
4. Os preparativos – após avaliar os motivos, os questionamentos internos e os objetivos, a empresa deve se preparar para o inicio efetivo do processo de terceirização:
  • Estão definidas as atividades a terceirizar?
  • Existem empresas prestadoras de serviços disponíveis e habilitadas?
  • Todas as instâncias de decisão da empresa estão convencidas claramente com objetivos e interesses alinhados?
  • Pois bem, estão vamos dar a partida!
5. Caracterização da empresa contratante – é importante que o prestador de serviços tenha todas as informações sobre o contratante e as atividades a executar:
  • Descrição da empresa (formação, capital, porte), localização (matriz, filiais CD’s, etc), posição no mercado, etc;
  • Descrição dos processos produtivos e dos principais materiais e produtos;
  • Canais de distribuição (direto, atacado, varejo, etc), destinos;
  • Detalhes das operações que serão terceirizadas (processos, indicadores, etc);
  • Objetivos e critérios de como será desenvolvido o processo de seleção.
6. Pré-qualificação – após a empresa ter decidido e se preparado, tem início a fase externa da terceirização:
  • Verificar se existe interesse, e enviar um questionário de qualificação com os seguintes quesitos:
  • Instalações e equipamentos disponíveis (locais, áreas, parceiros, lista de equipamentos, etc); equipe gerencial e operacional;
  • Capacitação em operações similares, organização, otimização da armazenagem e transporte, etc;
  • Competência administrativa e fiscal;
  • Sistemas de TI disponíveis (ERP, WMS, roteirizador, etc) e equipe de suporte (interfaces, adaptações e customizações);
  • Equipes de projeto e treinamento;
  • Disponibilidade de instalações que possam ser compartilhadas (rateio de custos fixos);
  • Aceitar pagamento por atividade operacional - “cost-driver” (movimentação, estocagem, embalagem, etc);
  • Relação dos principais clientes, locais e serviços prestados;
  • Referências financeiras;
    - Após o recebimento das informações deverá ser elaborada uma classificação, eliminando as empresas não adequadas.
7. Concorrência – é o início da fase de seleção, com as seguintes atividades:
  • Comprovação das informações prestadas na fase anterior;
  • Convite para visita às operações que serão terceirizadas e detalhadas as informações;
  • Solicitação de um projeto logístico específico com críticas e sugestões;
  • Envio do escopo para o desenvolvimento da proposta técnica e comercial;
  • Esclarecimentos e retransmissão de informações para todos os participantes
  • Recebimento das propostas.
8. Avaliação e seleção final – esta fase é crítica para o sucesso da terceirização:
  • Avaliar as propostas e esclarecer dúvidas;
  • Avaliar cada proposta e simular o custo total para diversos cenários;
  • Equalizar as propostas técnicas e solicitar nova proposta comercial;
  • Classificar no máximo três empresas;
  • Negociar (após a equalização);
  • Como a decisão muitas vezes envolve aspectos intangíveis (confiança, indicação, etc) deve ter a participação da diretoria.
9. Contrato, o início e o fim – é um documento que além dos aspectos legais deve conter algumas premissas sobre o conteúdo técnico:
  • Clara definição do escopo dos serviços e responsabilidade das as partes;
  • Definição de equipes e canais de comunicação para acompanhamento rotineiro e solução de e conflitos;
  • Metas e objetivos comuns (mensuráveis / indicadores) que devem ser alcançados;
  • A quebra do contrato deve ser prevista para não prejudicar a continuidade da operação, além de garantir a separação ou ressarcimento dos recursos utilizados (materiais e humanos).
10. Sucesso ou fracasso da terceirização – depende do acompanhamento da operação:
  • Planejamento cuidadoso da transição;
  • Estrutura organizacional com os responsáveis por cada atividade;
  • Divulgação dos indicadores e metas definidos em contrato e reuniões de acompanhamento;
  • Envolvimento de todo o grupo e todos os níveis;
  • Não deixar nenhum problema sem solução.

Conclusão

Contrato Assinado,  não se iluda: o “jogo” apenas começou.
Para mais detalhes adquira o livro “Atualidades na Logística - Volume I”, editado pelo IMAM (o capítulo 7 trata desse tema).
(*) é gerente da IMAM Consultoria. É autor de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Iluminação nos Armazéns – Ontem e Hoje


(*) Reinaldo Moura                                                                                                                               
A iluminação deficiente gera custos adicionais e compromete a produtividade dos colaboradores
A iluminação evoluiu das velas, em 3000 a.C., às tochas, aos lampiões, aos aparelhos de iluminação elétrica ou a gás. O que antes foi luxo, hoje é uma necessidade nos lares, nas empresas, nas áreas de entretenimento e nas principais vias, e com tantas opções, pode ser difícil determinar qual é a forma mais econômica para manter ao mínimo os custos dos serviços de fornecimento de energia elétrica, de manutenção e de reposição.
Muitas mudanças ocorreram na indústria da iluminação nos últimos 20 anos, mais notadamente nos últimos dois anos. Tradicionalmente, os armazéns em operação no início do século 20 utilizavam lâmpadas incandescentes. Nos anos 1950, foram as lâmpadas fluorescentes com reatores magnéticos; por volta dos anos 1960, tornaram-se populares as lâmpadas por Descarga de Alta Intensidade (HID). Isto foi seguido pela geração seguinte de HIDs nos anos 1970, lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão e, finalmente, as de metal halide, nos anos 1980. Hoje, a maioria dos armazéns possui lâmpadas de metal halide de 460 Watts ou de vapor de sódio a alta pressão de 465 Watts. Elas são comparadas à nova geração de fluorescentes de 200 Watts.
As fluorescentes não conseguiram competir em eficiência e desempenho com as novas HIDs. As lâmpadas fluorescentes T12 desenvolvidas atualmente tornaram-se uma opção viável à iluminação HID depois que as séries de alto rendimento e de altíssimo rendimento foram introduzidas. A nova geração de fluorescentes, como a lâmpada T8 com reator eletrônico, foi o próximo passo no desenvolvimento da lâmpada T12 com reator magnético. Os armazéns que utilizavam iluminação antiga passaram a ter opção de reduzir seus custos em cerca de 75% e, ao mesmo tempo, melhorar a visibilidade e conservar energia. 
Com o avanço no desenvolvimento dos dispositivos de iluminação, outros aspectos também melhoraram. Os lumens por Watt aumentaram de 10 para mais de 100. Os índices de reprodução de cores aumentaram de 22 para mais de 80 e a eficiência dos dispositivos em geral aumentou de 50 para mais de 80. Com a evolução da iluminação, as pesquisas indicaram uma ligação entre seu uso à eficiência e à produtividade do funcionário.
Com o envelhecimento da força de trabalho, a iluminação adequada torna-se cada vez mais crítica. Os funcionários necessitam de iluminação de melhor qualidade com menos ofuscamento ao atingirem a meia idade ou mais. A nova geração de sistemas fluorescentes atendeu às necessidades fornecendo altos níveis de iluminação, excelente reprodução de cores, reduzindo substancialmente o ofuscamento, conhecido como Probabilidade de Conforto Visual (VCP).
A tecnologia de iluminação fluorescente passou de boa para excelente em apenas alguns anos. Atualmente, as empresas vêm fabricando a fluorescente T8 com uma camada de fósforo que possui um índice de reprodução de cores de 86. O foco passou de quantidade de luz para qualidade de luz. A T8 permite que mais luz saia da lâmpada proporcionando quantidade e qualidade.
A comparação do ciclo de vida dos diferentes tipos de lâmpadas também é crítica. A lâmpada T8 perde apenas 6% dos lumens iniciais e dura até 30 mil horas. As de metal halide perdem até 75% de seus lumens durante o seu ciclo de vida de 20 mil horas. Muitos armazéns utilizam as lâmpadas de metal halide e acabam pagando por 100 lumens, porém recebem apenas 25. Faz sentido aos gerentes de armazéns receber pelo que pagam e investir em iluminação de longa vida útil, eficiente e eficaz. As de sódio a alta pressão e sua desagradável cor laranja estão se tornando rapidamente parte do passado no setor de armazenagem.
A conservação de energia, assim como a automação e a criação de um ambiente de trabalho agradável, combinaram-se no avanço das tecnologias da iluminação fluorescente. O sensor de movimento atendeu a esta necessidade tanto para a eficiência da energia como para a simplicidade. Em um armazém convencional, um corredor é ocupado menos de 25% do tempo. Em grandes áreas de armazéns, em vez de consumir 460 Watts com uma lâmpada de metal halide 24 horas por dia, somente 200 Watts são consumidos 2 horas por dia com a utilização dos sensores de movimentos. Como conseqüência, estas luminárias duram muito mais tempo e exigem menos manutenção.
Em contraste, as lâmpadas de metal halide levam algum tempo para “aquecer” depois que são desligadas com base na ocupação da área e, portanto, são menos econômicas e práticas do que as lâmpadas fluorescentes com sensores.
Os fabricantes de lâmpadas de descarga de alta intensidade estão conquistando avanços com as lâmpadas de metal halide após a invenção da tecnologia de pulso de partida. Elas não perdem em termos de níveis de iluminação tanto quanto no passado, a alteração da cor não é perceptível, apresentam uma ligeira queda no consumo em Watts. Pelo fato destas lâmpadas exigirem novos reatores, é preciso avaliar um novo tipo de construção, embora ainda não sejam competitivas em relação às novas tecnologias das lâmpadas fluorescentes.
Em prédios refrigerados e com ar condicionado, o uso de lâmpadas ineficientes pode gerar custos adicionais. Para compensar o calor gerado a mais devido à ineficiência das lâmpadas que ficam acesas durante todo o horário de expediente, é necessário mais energia para manter o ambiente fresco. A carga sobre os equipamentos mais avançados de refrigeração pode provocar mais manutenção e também substituições mais freqüentes.
Os avanços tecnológicos na eficiência de energia são contínuos e evoluíram desde os tempos dos pavios e óleo para lampiões até as modernas luminárias. Considerando-se que a iluminação artificial é responsável por 40 a 50% do consumo de energia em prédios comerciais, faz sentido que os armazéns avaliem as luminárias atuais e explorem suas opções.                
(*) é fundador e diretor do Grupo IMAM, composto pelo Instituto IMAM, IMAM Consultoria e IMAM Feiras e Comércio. É autor de diversos livros e instrutor de cursos relacionados à área de logística.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sustentabilidade de ponta a ponta (end-to-end)


Mauricio Miranda 
WalmartEstava devendo um post sobre end-to-end ou sustentabilidade de ponta a ponta. Então vamos lá. O projeto criado no ano passado pelo Walmart Brasil tem o objetivo de analisar e reestruturar toda a cadeia de um produto, desde o nascimento do seu conceito até a distribuição, reduzindo ou eliminando serviços, materiais e insumos que agridem direta ou indiretamente o meio ambiente e a sociedade.
Para isso, é preciso reunir todos os integrantes da cadeia, como industria, prestadores de serviços (inclusive os de logística), fornecedores e varejo.
Mas não basta montar o projeto, dizer o que cada um tem que fazer e rezar para que dê certo. É preciso colocar a mão na massa. Realizar reuniões mensais ou quinzenais e estipular metas entre os envolvidos. E essas metas devem resultar em efeitos realmente relevantes para a cadeia.
Também não adianta produzir uma embalagem sustentável que ocupa menos espaço no caminhão de carga e, consequentemente, emite menos CO2, se o produto causa vício em seu consumidor ou prejudica a fertilização do solo. Deve haver um equilíbrio e uma preocupação com o todo.
Outros varejosPara não falar só do Walmart, vale a pena mostrar projetos similares ao end-to-end que as outras duas maiores varejistas do País, Pão Açúcar e Carrefour, estão desenvolvendo. O que nos leva a crer que o segmento tomou para si o desafio de criar uma cadeia de suprimentos mais sustentável.
Carrefour 5CsCarrefour desenvolveu o 5Cs (consumidor, colaborador, clima, comunidade e cadeia de distribuição) com metas e ações sustentáveis para cada um dos Cs. E já garantiu que o desenvolvimento sustentável é o condutor de expansão do negócio. Por isso, criou o selo “Garantia de origem Carrefour”, que informa para o consumidor os produtos que seguem o conceito de qualidade e têm responsabilidade socioambiental.
Já o Pão de Açúcar reuniu este mês 19 fornecedores para entregar a eles o prêmio Top Log de melhores políticas e práticas logísticas em 2009. E aproveitou a ocasião para convidar todos os fornecedores presentes (premiados e não premiados) para integrarem a co-construção da cadeia sustentável de valor no varejo. Uma das medidas é a inclusão de temas sustentáveis na avaliação dos premiadPão de Açucar Sócioambientalos Top Log, que já conta com rigorosos itens, como prazo de entrega, redução do valor de distribuição e garantia de produto na gôndola. 
Oportunidade para transportadorasAs transportadoras de carga que ainda não abriram os olhos para o efeito dessa mudança estão perdendo uma boa oportunidade. Investir em combustíveis alternativos e menos agressivos ao meio ambiente, oferecer qualidade de vida e cultura para os profissionais, reduzir os riscos de acidentes são itens cada vez mais solicitados pelas empresas contratantes.
Vale a pena procurar especialistas para identificar se esse investimento em sustentabilidade é válido para o seu negócio e qual é o melhor caminho para isso.

sábado, 13 de outubro de 2012

Curiosidades sobre iluminação de LED


A iluminação de LED (light-emitting diode ou diodo emissor de luz) tem se mostrado uma boa alternativa para reduzir o custo com energia elétrica e elevar de maneira eficiente o grau de claridade de armazéns e centros de distribuição. Por isso, o blog resolveu levantar algumas curiosidades sobre o tema. Confira.
Pontos escurosPor ser oito vezes mais eficiente do que as lâmpadas incandescentes, o sistema de iluminação por LED oferece menos pontos escuros na área iluminada. Um importante ponto a ser considerado pelos centros de distribuição, que sofrem para equalizar o nível de claridade.
Vida útilEmbora o tamanho das lâmpadas não diga muita coisa, a tecnologia instalada nos dispositivos de LED pode durar até 17 anos (dentro do padrão de uso de 8 horas por dia). Isso permite menos trocas de lâmpadas e menos falhas durante a operação.
EconomiaAlém de evitar a troca constante de lâmpadas, a versão LED é até 90% mais econômica do que a iluminação de lâmpadas incandescentes e até 20% se comparada com o modelo fluorescente.
Onde instalarHá diversos modelos de lâmpada de LED e muitos se adaptam a necessidade do ambiente. Há versões para áreas internas, como centro de distribuição, e para espaços externos, como estacionamentos ou áreas de embarque e desembarque de carga.
Onde encontrarAlgumas empresas já desenvolvem projetos de iluminação de LED para grandes ambientes, veja quais são elas.
.ASB Led
www.asbled.com.br 
por Mauricio MirandaIMAM

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Tenha as melhores práticas no transporte

melhores-praticas
O setor de transporte está passando por importantes mudanças. Os preços recordes dos combustíveis e as alterações das demandas de serviço ampliaram as capacidades dos modais rodoviário e ferroviário e provocaram aumento nos fretes.
Como resultado, o modelo tradicional de negociação baseado no preço entre embarcadores e transportadoras não é mais eficiente. O aumento dos fretes e a falta de capacidade está ficando cada vez mais desafiador para os embarcadores atenderem as exigências de entregas dentro do prazo.
As transportadoras estão hoje em melhor posição no uso de suas capacidades para atender as exigências de serviço e rentabilidade. Esta nova realidade está motivando os embarcadores a refinarem suas práticas de gerenciamento do transporte, levando-os a criar programas de colaboração com as transportadoras para a obtenção do controle de fretes e capacidades.
Como ponto de partida, é importante entender os principais elementos do modelo de custeio de uma transportadora e como este modelo é usado para classificar os embarcadores. Os maiores elementos de custo são os de retirada das mercadorias, da distância e da entrega. Outros elementos incluem os custos das reclamações, de escritório, indiretos e suplementares para o processamento das transações e fornecimento de serviços adicionais com valor agregado ao cliente.
O modelo de custeio produz um índice operacional. Este índice é igual às despesas diretas dividido pela receita operacional (quanto menor, melhor). As empresas de transporte usam esse modelo de custeio para classificar seus clientes. Os embarcadores com baixos volumes e altos índices operacionais são destacados a receber os maiores fretes.
Durante períodos de capacidade restrita, mesmo os maiores embarcadores, com altos índices operacionais, são pressionados pelas transportadoras a aceitarem aumentos de fretes maiores que no ano anterior.
Programa amigável
Existem dois componentes importantes para se tornar mais “amigável” com a transportadora. O primeiro é a criação de um programa de colaboração e o segundo é o uso eficiente da tecnologia.
Trate sua transportadora como se fosse seu cliente
O primeiro passo para tornar o frete atrativo é entender as necessidades da transportadora. Algumas ações específicas são apresentadas a seguir:
  • Facilite a movimentação de sua carga: as transportadoras procuram cargas paletizadas e embaladas que são mais fáceis de carregar para a maximização da utilização cúbica do veículo. A carga que puder ser movimentada por empilhadeiras economiza tempo e dinheiro. Estude a possibilidade de recursos para economizar o tempo da transportadora em ter que “cubar” a sua carga.
  • Reduza o custo das retiradas de mercadorias: sua carga deverá estar pronta para a retirada das mercadorias na chegada do motorista. Existem custos associados em manter o motorista esperando ou em ter uma série de caminhões em seu pátio ou fila. Se estiver entrando em uma época de pouco movimento e não precisar do mesmo número de veículos da transportadora, comunique a transportadora o mais rápido possível e avise-a para que ela possa designar estes caminhões para outros clientes. Para ser verdadeiramente pró-ativo, forneça à sua transportadora as previsões dos embarques regularmente. As previsões de capacidade ajudam as transportadoras a posicionarem os veículos e estabelecerem cronogramas de forma mais econômica e provendo tempo para arranjarem subcontratos (ou seja, agregados) durante os períodos de pico. Reavalie suas horas de operação e estude a possibilidade de iniciar o expediente mais cedo. Isto pode permitir que o transporte de cargas inferiores a um caminhão nas grandes cidades seja feito fora do horário de ‘pico’ e a transportadora faça suas entregas e retiradas mais cedo.
  • Reduza o custo de doca da transportadora: cargas que exigem classificação na doca aumentam ainda mais o custo para a transportadora. Garanta que sua carga e a documentação estejam de acordo. Garanta que o seu frete esteja bem etiquetado e bem embalado para reduzir as chances de excessos, faltas e avarias.
  • Reduza o custo do transporte (distância): reduza seus custos alavancando seu frete com as transportadoras que mais necessitem da rota de/para os locais onde você precisa de serviço e tenham a maioria das programações para estes destinos. Também fique aberto às opções de outros modos de transporte. Se conseguir negociar maior lead-time com seus clientes e fornecedores, o transporte intermodal poderá ser uma opção econômica para os embarques por caminhão em trajetos maiores que 800 km. Analise todas as opções, ou seja, intermodal, frota própria, frota dedicada, etc. Uma vez que os custos dos transportes diretos estão diretamente correlacionados ao volume (número de embarques ou de cargas), à distância, à densidade do frete e o espaço ocupado, sinta-se à vontade em compartilhar essas informações com suas transportadoras. Explore todas as opções para consolidação do frete enviando embarques maiores em determinados dias ou combinando o seu frete com o de outras empresas, subsidiárias ou até mesmo concorrentes.
  • Reduza o custo das entregas: uma vez que o seu custo total de frete inclui o custo de entrega, conheça os procedimentos de entrega no destino. Trabalhe junto com os clientes para reduzir o tempo e basicamente o custo dos produtos vendidos. Durante épocas de capacidade restrita, os programas de assistência ao motorista (por exemplo, ajuda aos motoristas para carga e descarga), as entregas em shoppings e residências são vistas negativamente por algumas transportadoras já que elas reduzem o número de entregas que o motorista poderia completar nesse dia. As transportadoras apreciam muito se você expandir suas “áreas de atuação” e permitir a elas uma certa flexibilidade nas entregas. Com o alto grau de congestionamento nas principais cidades, os intervalos de entregas restritos e as cláusulas de multa não permitem muita liberdade às transportadoras. Se você embarca para o varejo, verifique se suas transportadoras têm equipamentos na porta traseira, veículos adequados para entregas urbanas e estejam interessadas em distribuição no varejo. Veja com as transportadoras e clientes se as entregas podem ser feitas fora dos horários de pico (ou seja, à noite) quando o tráfego é menor. Seja mais amigável com as transportadoras conseguindo arranjar que seu cliente realize as funções de descarga e sortimento ou contratando um serviço de ajudante (“chapa”).
  • Pague suas transportadoras pontualmente: o fluxo de caixa é importante para toda transportadora. Pagando pontualmente (em menos de 30 dias, ou melhor, em 15 dias), sua empresa certamente ficará mais amigável com as transportadoras.
Use a tecnologia com eficiência
  • Compartilhe informações de capacidade com suas transportadoras eletronicamente: elabore modelos computadorizados de previsões de vendas e de capacidade de frete e transmita estas previsões a suas transportadoras regularmente. Um processo típico agregará a demanda por clientes, por embalagens, por pontos de embarque e por peso e volume.
  • Agilize o processo de cotação de preços: veja quando o seu sistema de transporte identifica novos pedidos. Procure fazer uma análise de seu processo de atendimento para que os pedidos sejam enviados diretamente do seu sistema para o sistema de gerenciamento de transporte (TMS).
  • Minimize o tempo de retorno à doca: os sistemas de gerenciamento de doca e do pátio estão ficando cada vez mais populares à medida que os embarcadores percebem a importância de deixar as transportadoras satisfeitas.
  • Aumente a flexibilidade de compromisso: muitas empresas estão permitindo que as transportadoras auto-programem os compromissos pela internet. Para que estas soluções valham a pena, é preciso ter a disciplina e os sistemas de suporte que permitam a você descarregar e carregar as transportadoras coerentemente dentro da janela de compromissos programada.
  • Use um sistema TMS para identificar as oportunidades de embarque colaborativo: utilize as capacidades de planejamento de embarques de seu TMS para garantir que ele possa identificar as necessidades de embarque colaborativo.
  • Automatize a comunicação com as transportadoras: a automatização do processo de comunicação com as transportadoras, desde a cotação de preços por meio do rastreamento até o pagamento, reduz os custos administrativos da transportadora e dos seus.
  • Agilize o pagamento: a auto-fatura permite que você classifique o conhecimento de embarque e pague a transportadora de acordo com as condições do contrato após a prova de entrega, sem receber o aviso da transportadora.
  • Centralize o processo de contratação: a adoção de um único ponto de contato ou uma única entidade de contrato para uma transportadora minimiza as necessidades de mão de obra. A criação de um processo de cotação otimizado para as transportadoras tornará menos oneroso para elas responderem à sua solicitação de proposta.
  • Adote contratos baseados em incentivos: pague pontualmente as transportadoras que atendam aos padrões das entregas dentro do prazo, de qualidade das informações sobre a situação dos embarques e dos outros serviços.
  • Implemente indicadores de desempenho: investigue a capacidade do seu TMS de dar suporte a indicadores de desempenho, tais como tempo de espera na doca, trabalho complementar dos motoristas e alteração dos pedidos. Estes dados pode ser usados para criar planos de ação e para o aumento da cordialidade nas relações com sua transportadora.
As principais mudanças que vêm por aí no setor de transporte estão provocando impacto significativo nas capacidades do transporte e impondo pressões logísticas. Os embarcadores estão fugindo das negociações competitivas e desenvolvendo estratégias para melhor entender as necessidades e os custos das transportadoras.
Os três ‘Cs’: Comunicação, Colaboração, Compromisso
Organize uma reunião com o presidente ou vice-diretor de operações de sua transportadora para discutir como trabalhar junto com mais eficiência. Uma vez identificadas as oportunidades de trabalho conjunto, colabore com ele na redução de seus custos e taxas. Prepare-se para comprometer certos trechos de tráfego a ele com base diária, semanal ou mensal em retribuição a um compromisso de capacidade.