sábado, 5 de maio de 2012

Setor Logístico prefere contratação direta

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Para reduzir a rotatividade de profissionais e fidelizar uma mão de obra qualificada na prática, o setor de serviços logísticos prefere contratar profissionais próprios para áreas estratégicas, como a operacional, a aderir a terceiros, é o que garantem os dados do Perfil de Operadores Logísticos 2012.

Segundo a pesquisa, 82% das empresas possuem mais profissionais diretos do que terceiros. No entanto, 18% preferem compor a maior parte do quadro de co-laboradores com contratações indiretas.

O que demonstra que o modelo não está totalmente descartado, mas em processo de adequação às estratégias do mercado.

setor-prefere-contratacao-direta-2Maior profissionalização
Mesmo não descartado das operações logísticas, o processo de profissionalização da contratação terceirizada é visível. Deixou de ser “tapa-buraco” para ser planejado e posicionado em áreas específicas. Fato que pode ser observado ao comparar os operadores logísticos com o cenário nacional. Enquanto 24% da população empregada no Brasil atua como terceirizada (dado da Sindeprestem e Asserttem), no setor de serviços logísticos eles são apenas 13%.

Para Edmundo Schroeder, diretor da Coopercargo, prestadora de serviços logísticos, terceirizar significa atribuir a outras empresas a execução de atividades não logísticas. Segundo ele, a terceirização libera a empresa a se dedicar ao ”core business” (atividade principal), mas nem por isso significa redução de custos da atividade terceirizada. “Os principais ganhos com a contratação indireta são a agilidade, a produtividade e o foco no principal mercado da empresa”, explica o diretor da Coopercargo, que possui 304 profissionais diretos e seis terceirizados.

A ARM Armazéns Gerais, com 125 terceirizados em seu quadro, é outro exemplo da visão profissional do setor sobre a contratação indireta. “Posso citar nossas áreas contábil e jurídica totalmente terceirizadas”, exemplifica Samir Carvalho, sócio e diretor comercial da ARM Armazéns Gerais. “Somos especialistas  em logística, não em leis ou regras contábeis. Poderíamos optar por funcionários próprios, mas tenho certeza de que gastaríamos bastante energia e tempo para gerenciar essas funções que, apesar de muito importantes, não adicionam valor ao nosso negócio.”

As variações sazonais e econômicas que impactam diretamente nas opera-ções logísticas, elevando a demanda, são também grandes motivadores da contratação de equipes terceirizadas.

Processo que tem seguido a tendência de profissionalização do setor, como a Excelog, operador logístico que não mantém uma equipe permanente de terceiros, mas a inclui em seu planeja-mento anual. “Uma equipe terceirizada no cenário dinâmico de que vivemos é fundamental para atender as metas de fim de mês e fim de ano, de acordo com a sazonalidade de cada cliente, pois a função do operador logístico é principalmente garantir o atendimento, independentemente da variação de demanda”, explica Tiago Almeida, gerente de logístico da Excelog.
Maior fidelização
Mesmo sendo a maioria nas empresas de prestação de serviços logísticos, 87% do total, os profissionais diretos ainda preocupam em razão do índice de rotatividade acima da média nacio-nal. De acordo com dados do Caged/MTE (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego, 2010), a taxa de rotatividade do setor de serviços, que concentra a maior parte da operação logística, é de 3,6%, enquanto a média nacional está em 3,2%.

Mas as empresas já estão conscientes da dificuldade de fidelizar profissionais. Afinal esse índice já foi maior no passado, quando o setor era considerado como trabalho temporário, o famoso “bico”. Hoje o cenário é outro.

A dificuldade de manter um profissional de logística são as próprias oportunidades e os bons salários que o mercado aquecido e a profissionalização da categoria trouxeram ao setor.
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No entanto, muitas companhias enxergam sua própria estrutura como ferramenta de fidelização. “Para nós, só existe vantagem em fidelizar os pro-fissionais no  setor logístico”, aponta Paulo Adelino, diretor da Hipercon.

“Estruturas logísticas, como a nossa, com diversos  departamentos, como operador portuário, transporte rodoviário e ferroviário, desembaraço adu-aneiro, armazém geral, consolidação e desconsolidação de contêineres, entre outros, permitem ao profissional a oportunidade de percorrer todos os setores, conhecer as bases legais, operacionais e comerciais, se tornando-se realmente um profissional logístico, e isso se transforma em um meio de fidelização de ambos os lados, onde todos ganham, inclusive os clientes.”

setor-prefere-contratacao-direta-4É exatamente pensando nos clientes que a fidelização da equipe ganha uma posição estratégica quanto à qualidade operacional e é o diferencial ante as concorrentes, afinal recursos físicos e tecnológicos, como equipamentos, sof-tware, galpões, metodologia, processos e veículos todos podem ter. “Mas a mão de obra especializada não se acha com tanta facilidade”, acrescenta Tiago, da Excelog. “Para fidelizar é preciso criar uma afetividade com as pessoas para entender a ambição delas.  Por exemplo, atendendo o perfil da equipe adotamos a possibilidade de participação no resultado de acordo com o ganho gerado pelo funcionário, como comissão so-bre vendas ou bonificação por redução de custos operacionais.”

Mas não só de fidelização de equi-pe sofre o setor de recursos humanos das empresas. A contratação de pro-fissionais que satisfaçam o nível de qualidade das operações ainda não é atendida pela oferta oriunda das universidades. Sem contar que muitos desses profissionais ainda não estão preparados para a realidade diversificada que a profissão expõe diaria-mente. Por isso, sem dúvida, nos próximos anos, o setor de recursos humanos das empresas de logística ganhará maior espaço na operação, no intuito de não só atrair e fidelizar talentos, mas contratar de forma estra-tégica mão de obra terceirizada e treinar a qualidade da equipe como um diferencial do mercado.


2 comentários:

  1. Muito boa a matéria, já trabalhei em algumas empresas cujos colaboradores eram divididos em diretos(nível estratégico e operacional 1 ) e terceirizados(operacional 2) e até mesmo os chamados parceiros(motoristas)quando havia aumento da demanda optava-se pela contratação de terceiros dispensando-os em seguida evitando assim na baixa demanda a demissão dos funcionários da empresa.

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