quarta-feira, 11 de abril de 2012

Empilhadeiras: produtos chineses mudam dinâmica do mercado

Visibilidade de máquinas da China chega ao Brasil e empresas começam a buscar novas soluções para competir no mercado. O país se mantém estável apesar da crise europeia e possui planos de investimentos para os próximos anos


A procura do mercado por melhores preços, a segurança de pós-venda e a relação custo x benefício foram os grandes aspectos positivos em 2011. Este foi um ano em que grandes empresas renovaram suas frotas e passaram a quebrar o paradigma das máquinas asiáticas. Isso fez com que as grandes marcas, as âncoras do mercado, buscassem uma solução para padronizar os preços dentro dos parâmetros asiáticos, começando a produzir seus equipamentos na China. Antes, as máquinas chinesas eram sinônimo de má qualidade e, agora, o mercado sabe que existe muito produto de excelência, porém o segredo está no controle de qualidade de cada fábrica. 

Todo esse panorama sobre as ações do mercado de empilhadeiras e a evolução do setor durante 2011 foi dado pelo gerente de importação da Pothimaq (Fone: 13 3234.2683), Kleber Li, em entrevista exclusiva para essa matéria especial sobre o que deve acontecer no mercado nesse ano.

Para Guilherme Osório, diretor da Movicarga (Fone: 11 5014.2477), o crescimento desse mercado em 2012 dever ser maior que em 2011, apesar das diversas questões e dúvidas sobre a economia mundial, aproveitando a estabilidade do mercado brasileiro. “Esta expectativa é baseada, principalmente, em nossos planos de investimentos para os próximos anos e na demanda reprimida que o mercado brasileiro ainda apresenta. Ou seja, mesmo que a economia mundial desaqueça, investimentos bem estruturados e planejados podem sustentar um crescimento no mercado nacional de empilhadeiras pelos próximos três anos”, explica.

Cyro Aranha, gerente regional de vendas da Combilift (Fone: 11 2308.9949), acredita que 2012 será marcado por clientes cautelosos, mas que devem manter seus planos de investimentos. A previsão da empresa é que haja uma aceleração dos negócios no segundo semestre, que deverá ter atividade de vendas igual ou superior à do primeiro semestre de 2011.

A situação europeia, que se mostrou bastante complicada e fator decisivo para o andamento das economias por todo mundo em 2011, deve ter fundamental importância no mercado de empilhadeiras em 2012. O diretor da Moviplam Empilhadeiras (Fone: 11 4581.4397), Luiz Antonio Gallo, acredita que caso a situação da Europa venha a melhorar, o mercado brasileiro também pode sentir uma melhora. “Todos os fatores que abalaram os mercados europeus refletiram aqui também, com menor intensidade. Mesmo assim, pudemos ver empresas adiando o fechamento de negócios que estavam certos de se fechar em função do que ocorria lá fora”, avalia.

Fechamento 2011

O ano de 2011 foi bastante ativo, especialmente no primeiro semestre, quando persistia uma euforia no mercado, segundo Cyro, da Combilift. Na mesma linha de raciocínio segue Osório, da Movicarga, notando que o crescimento da empresa foi maior que o esperado. “O ano de 2011 foi bastante positivo e desafiador para o setor de empilhadeiras. Obtivemos um crescimento de mais de 12%. Tínhamos uma expectativa de crescer na casa dos 8%, que foi superada graças à relação de demanda, que foi muito grande em um momento em que os principais fornecedores do setor estavam sem equipamentos para entregar. Com nosso estoque, que estava abastecido, pudemos atender muitos clientes que precisavam de máquinas a pronta entrega”, analisa.

A Pothimaq também fechou 2011 com crescimento. De acordo com Li, o ano foi excelente, principalmente por ser de apresentação da marca GC Power no Brasil. Após a Feira CeMAT, que tem como mídia oficial a revista Logweb, a empresa adquiriu espaço dentro do mercado nacional. “Na feira foi negociado um número expressivo de máquinas, inesperadamente. Despertamos o interesse do cliente e, além disso, criamos um conceito de que existe máquina chinesa com qualidade e responsabilidade de pós-venda. Isso é a segurança de um relacionamento transparente com a fábrica, ou seja, uma exclusividade”, explica o gerente de importação da empresa. 

A Tecnomac Brazhyu Equipamentos (Fone: 12 3909.4400) também fechou o ano com movimento acima das expectativas. Já Gallo, da Moviplam, observa que 2011 teve um início interessante, mas a partir do segundo trimestre o mercado começou a oscilar muito com dificuldades de atingir os objetivos. “Apesar de termos crescido em vendas, as lucratividades foram muito baixas e os preços de mercado de empilhadeiras teve uma queda. Para a Moviplam, que mantém a qualidade no atendimento, os custos são altos e o retorno nas vendas foi alterado pelo fator preço”, analisa.

Diretor da Commat (Fone: 21 3261.7777), Breno Farias afirma que 2011 foi um ano de altos e baixos, num mercado muito instável. Mas, ao mesmo tempo, a empresa aumentou suas vendas de forma significativa em comparação com 2010.

Investimentos realizados por algumas empresas também nortearam o ano, como no caso da Zuba Comércio de Máquinas e Equipamentos Industriais (Fone: 11 4719.9099). 

Segundo Marcelo Yoem, assistente comercial da mpresa, o ano foi de continuidade dos investimentos para manter a frota e atender às necessidades dos clientes. “Digo que foi mais um ano bom para nossa empresa. A divulgação, através das feiras como a CeMat e revistas como a Logweb nos ajudaram muito para expandir nosso crescimento e conhecimento para todo Brasil”, afirma.

Como resume Osório, da Movicarga, o setor de empilhadeiras passou por um ano de mudanças e adaptações, mas que ainda assim teve um crescimento positivo e sustentado. “O cliente final tem hoje pelo menos o dobro de marcas/fabricantes de empilhadeiras disponíveis no mercado do que se tinha em 2009, o que mexe com demanda, oferta, valores e exigências dos compradores. Por outro lado, permite ao cliente entender um pouco mais sobre empilhadeiras, suas necessidades e o que cobrar de seu fornecedor, seja de locação ou venda de máquinas”, conclui.

A atuação da Tecnomac Brazhyu em 2011 foi marcada pela participação em quatro feiras enfocadas nos segmentos de logística e industrial, estadual e regional, além do aumento da área de atuação, com a inclusão de Guarulhos e região.

Influências do mercado

Apesar dos resultados positivos, o mercado de empilhadeiras oscilou muito em 2011. De acordo com Yoem, da Zuba, um fator negativo que influenciou a diminuição nas vendas foi a alta do dólar, que deixou o mercado menos aquecido. No entanto, embora o revés, ele afirma que essa situação foi interessante, pois a empresa trabalha com grande estoque e conseguiu manter preço por um bom tempo, contornando esse problema.

“O fato de o dólar continuar a oscilar muito influenciou na expectativa que tínhamos. Porém, o que mais atrapalhou uma explosão em vendas foi o forte crescimento dos grandes clientes, como WalMart, Jonh Deer e outros, o que fez com que os fabricantes dessem prioridade na entrega durante o ano”, avalia Farias, da Commat.

Li, da Pothimaq, explica que o mercado se encontra em uma faixa de preço bem equivalente e destacam-se as empresas que prezam pela qualidade dos serviços e a fidelidade dos clientes. “Com certeza, a disputa de preços foi o que mais contribuiu para as vendas de 2011. Melhores preços e condições atraem o interesse do mercado e seus segmentos. Melhores valores, mais vendas, mais locações, mais negócios”, salienta.

A grande quantidade de concorrentes que entraram no mercado brasileiro foi um dos grandes motivos para que a Moviplam não chegasse à perspectiva esperada em 2011. A entrada dos produtos, com preços muito baixos trouxe forte concorrência. “Essa concorrência, em alguns casos, foi até desleal para empresas que mantêm uma estrutura de técnicos, peças, carros, oficina e atendimento preferencial aos clientes, tudo isso com preço a ser arcado”, analisa Gallo, diretor da empresa.

Outro fator levado em consideração ao analisar o mercado em 2011 é a mão-de-obra. “A escassez de mão-de-obra qualificada e o custo crescente do metro quadrado, principalmente nos grandes centros urbanos, vêm forçando o processo de mecanização e especialização de atividades que antigamente eram feitas manualmente ou com equipamentos pouco adequados à função”, explica Cyro, da Combilift.

Para 2012, a economia dos países europeus, dos Estados Unidos e da China também irá influenciar o desempenho do setor, com destaque para a China, atual maior parceiro comercial do Brasil. Como explica Osório, da Movicarga, apesar da influência de outros países, o Brasil tem hoj e uma situação econômica mais confortável e consegue manter seu crescimento mesmo com algumas nações em crise, além de uma demanda reprimida por empilhadeiras que ficará evidente nos próximos anos. “Basta comparar os números entre Brasil e outros países com maior desenvolvimento, como Estados Unidos, Alemanha e Austrália.”

Já segundo Li, da Pothimaq, o país contará com dois pontos importantes em 2012. Um ponto, negativo, será a situação econômica mundial, que obrigará o país a ficar atento a uma suposta nova crise mundial. No entanto, o mercado nacional está cada vez mais aquecendo e em alta produção, com as preparações para os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. “O Brasil terá mais um ano satisfatório para nosso mercado, pois, mesmo com a possibilidade de crise, ela não será capaz de cancelar estes eventos de repercussão internacional, que irão garantir a continuidade deste momento aquecido da nossa economia”, explica.

No mesmo raciocínio segue Farias, da Commat. Segundo ele, o fato de as obras de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014 estarem atrasadas gera grande expectativa para venda de máquinas e serviços em todas as áreas, já que é preciso cumprir os prazos e o governo está investindo em todos os setores.

Gallo, da Moviplam, além de também observar a crise na Europa e a entrada de novas marcas no mercado como fatores influentes em 2012, afirma que o crescimento do mercado de logística vai continuar demandando números expressivos de equipamentos. Outro ponto que poderia ser positivo para o mercado é a ampliação do mercado de locação, em que as empresas locadoras pudessem ter seu ganho garantido por meio do setor de locação.

“Com o crescimento do Brasil no setor da construção civil acredito que o mercado irá crescer cada vez mais, também vamos confiar que nossa moeda cresça em comparação ao dólar e a economia mundial se estabilize”, analisa Yoem, da Zuba.

Expectativas para o ano

Com o começo do ano, as empresas já começaram a fechar seus planejamentos e traçar metas para crescer no mercado. A Pothimaq pretende dar continuidade ao trabalho já desenvolvido. Li, gerente de importação da empresa, afirma que o mercado terá oscilações como todo ano, mas que as empresas que estão preparadas para qualquer eventualidade, como a Pothimaq, conseguirão se sobressair. “Certamente existirão momentos em que o mercado ficará mais fraco, principalmente com a atual situação da Europa – o mundo todo está atento para qualquer deslize do mercado. E teremos que tomar medidas de precaução para este momento”, analisa.

Quem também espera continuar desenvolvendo o trabalho com a mesma excelência é a Zuba, esperando se firmar ainda mais como player do mercado de empilhadeiras. “O ano de 2012 será nosso terceiro ano trabalhando no mercado de empilhadeiras. O começo sempre é difícil, mas já superamos essa fase e agora é continuar dando andamento ao bom trabalho que desempenhamos ao longo desses dois anos”, explica Yoem.

A Tecnomac Brazhyu espera que esse seja um ano de pleno crescimento. “Aguardamos novamente um crescimento na ordem de 10% para 2012”, anuncia Sergio Martins, supervisor de vendas da companhia, que ainda confirma a implantação de uma fábrica no Brasil.

Com o mercado interno em expansão, a Combilift está ampliando presença, originalmente no eixo Sul-São Paulo. “Já estamos presentes em Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e crescendo”, afirma o gerente regional de vendas da companhia.

O crescimento aguardado pela Commat é dos mais otimistas. “Esperamos um crescimento agressivo, comparado aos últimos anos, algo em torno de 35%. Esse crescimento é esperado já que estamos preparados para atender às demandas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos”, finaliza Farias, diretor da empresa.


Fonte: http://www.logweb.com.br/novo/conteudo/noticia/28463/empilhadeiras--distribuidores-produtos-chineses-mudam-dinamica-do-mercado/

Nenhum comentário:

Postar um comentário