segunda-feira, 2 de abril de 2012

Energia para empilhadeiras mais sustentável-hidrogênio


Energia cada vez mais sustentávelEnergia cada vez mais sustentável
Com a preocupação das empresas voltada para o meio ambiente, estão sendo testadas novas alternativas de combustível
Não  é  novidade  que  as  empre-sas do mundo inteiro estão in-vestindo cada vez mais em so-luções  “ambientalmente  cor-retas”. Problemas com o meio ambiente,  gerados,  em  sua  grande  parte, pela  intervenção  do  homem  na  natureza, estão  “obrigando”  as  companhias  a  pro-curar métodos de fabricação que poluam menos  nosso  ecossistema.  Aquecimento global,  efeito  estufa,  “El  Niño”,  entre  ou-tros  fenômenos  naturais,  estão  forçando uma conscientização ambiental.
Com  os  custos  crescentes  dos  com-bustíveis  fósseis,  normas  mais  rígidas para os gases que causam o efeito estufa e a concorrência global, as empresas estão trabalhando  para  desenvolver  novas  tec-nologias e lidar com esses problemas. No setor de empilhadeiras não é diferente.
A  grande  maioria  das  empilhadeiras vendidas no Brasil é a combustão (aproxi-madamente 70% do total). Elas funcionam queimando gás butano, cujo processo ge-ralmente é uma adaptação feita pelos fa-bricantes  de  empilhadeiras  convertendo o motor a gasolina ou álcool para gás. As empilhadeiras a combustão com gás lique-feito  (GLP)  ou  diesel  são  utilizadas  mais comumente em pátios, docas, portos, etc. 

São mais robustas e têm capacidades que podem atingir 70 toneladas.O grande problema desse tipo de em-pilhadeira são os gases emitidos pelo equipamento. “As empilhadeiras com motores que  utilizam  gás  GLP  têm  maior  partici-pação  nas  movimentações  de  materiais. A  maior  vantagem  é  o  menor  custo  do combustível comparado com outros, mas a  desvantagem  é  que,  mesmo  com  baixo índice  de  CO2,  um  motor  a  combustão polui os ambientes internos de trabalho”, afirma Hugo Nigleo, engenheiro de manu-tenção e assistência técnica da Commat.De  olho  na  tendência  mundial,  os  fa-bricantes desse tipo de empilhadeiras têm procurado  alternativas  para  tornar  esse sistema mais sustentável. As empilhadeiras a combustão, hoje, estão com alto nível de sofisticação em seus processos produtivos, principalmente no que diz respeito à redução da emissão de poluentes e menor agres-são ao meio ambiente. “No caso da Toyota, 
os motores das máquinas a combustão são desenvolvidos para ser eficientes, gerando alto torque em baixas rotações. Isso garan-te  maior  confiabilidade,  grande  economia de  combustível,  além  de  baixos  níveis  de emissão de gases e ruídos”, afirma Roberto Ueda, gerente-geral de vendas.Guilherme  Osório,  diretor-geral  da Movicarga,  representante  da  Nissan,  ex-plica que a empresa também desenvolveu uma  maneira  de  tornar  suas  empilha-deiras  movidas  a  GLP  menos  poluentes. 

“Nossos  equipamentos  possuem  oxicata-lizador  (um  conjunto  cilíndrico  metálico que  tem  internamente  um  aglomerado de esferas cerâmicas, com metais nobres, responsáveis  pela  conversão  química  de gases poluentes em substâncias inofensi-vas) no sistema de exaustão.

A Consigaz, distribuidora de GLP, dis-ponibiliza  um  sistema  que  agiliza  o  rea-bastecimento do combustível da empilhadeira, tornando esse processo mais segu-ro e eficiente. “O sistema Pitstop elimina a necessidade de remoção do cilindro P20 da empilhadeira, pois permite que o rea-bastecimento  seja  feito  no  próprio  local, o que torna o abastecimento muito mais prático  e  rápido.  Além  disso,  a  empresa oferece cursos teóricos e práticos para o manuseio  do  sistema”,  completa  Rafael 
Santiago, gerente de marketing.
Empilhadeiras elétricas
Empilhadeiras elétricas  agridem menos o meio  ambienteUma  alternativa,  que  já  é  bastante comum  fora  do  Brasil,  é  a  utilização  de empilhadeiras elétricas, na qual a eletri-cidade  é  armazenada  em  baterias  que são utilizadas como energia para gerar o movimento dos equipamentos. As empilhadeiras movidas a eletricida-de não poluem os ambientes de trabalho e proporcionam maior economia de espaço interno nos galpões, tanto com relação a dimensões dos corredores quanto ao tra-balho em grandes alturas, se comparadas com  empilhadeiras  a  combustão.  Para serviços  internos  de  qualquer  produto  e, principalmente,  nos  setores  alimentícios ou  farmacêuticos,  as  empilhadeiras  elétricas  proporcionam  excelente  ambiente, sem poluição e com muita segurança. 

Algumas  desvantagens  desse  tipo  de alimentação referem-se ao valor de inves-timento na compra de baterias, que, quan-do usadas em vários turnos, precisam ser trocadas, em alguns casos, até três vezes ao dia e ser recarregadas a cada oito ho-ras.  “Essas  baterias  têm  uma  vida  útil de  1.500  ciclos  ou  aproximadamente  de 
quatro a cinco anos se bem cuidadas por pessoal treinado”, diz Hugo Nigleo. Outra desvantagem é o custo mais elevado das peças eletrônicas de controle da empilha-deira,  pois  esses  equipamentos,  na  sua grande maioria, não devem trabalhar em áreas externas por não terem a parte elé-trica protegida contra a chuva Além  de  comercializar  empilhadeiras elétricas,  a  Brasil  Máquinas,  represen-tante  da  Hyundai  no  Brasil,  tem  a  preo-cupação com o descarte dos pneus e das baterias  tracionárias.  “Com  a  ajuda  dos fabricantes,  através  do  desenvolvimento de  programas  de  reaproveitamento  do material  usado,  temos  alcançado  resul-tados bastante expressivos no que se diz respeito à sustentabilidade”, afirma Ricar-do Spadacci, gerente de empilhadeiras.

Para tornar as empilhadeiras elétricas ainda menos agressivas ao meio ambien-te,  as  baterias  convencionais  de  chum-bo-ácido  podem  ser  trocadas  por  uma bateria  de  íons  de  lítio  (li-ion).  Existem diversas  vantagens  operacionais  no  uso desse tipo de bateria em relação a uma de 
chumbo-ácido.  Por  exemplo,  ela  fornece mais  energia  e  pode  ser  carregada  com maior  rapidez,  além  de  ter  uma  vida  útil maior do que a de uma bateria convencio-nal, podendo durar duas vezes mais.

As  baterias  de  íons  de  lítio  pratica-mente não requerem manutenção, pois as células  não  necessitam  ser  reabastecidas de  água,  como  acontece  com  as  baterias de  chumbo-ácido.  É  necessário  menos energia  para  carregá-las  completamente e  existe  menor  perda  de  energia  durante sua carga e descarga. As baterias de íons de lítio são ainda mais fáceis de descartar do  que  as  do  tipo  convencional,  pois  não contêm  poluentes  perigosos,  tais  como chumbo,  mercúrio  ou  ácido  sulfúrico.  A Still  lançou  recentemente  um  rebocador (CX-T) e uma empilhadeira (RX 20-16) elé-tricos alimentados por uma bateria de íons de  lítio,  porém  ainda  não  há  previsão  da chegada desses equipamentos ao Brasil.
Empilhadeira híbrida
A empilhadeira híbrida  tem os dois tipos de  alimentaçãoNo  exterior,  o  uso  de  empilhadeiras híbridas  não  é  tão  incomum.  Há  vários fabricantes que desenvolveram esse tipo de alternativa como solução para as emis-sões de gases nocivos ao ambiente.

A versão híbrida da Toyota utiliza um motor elétrico, e o reabastecimento é rea-lizado pela própria combustão. A tecnolo-gia é a mesma utilizada no Prius, carro hí-brido da marca. Além de consumir menos combustível  e  emitir  menos  gases,  esse modelo não requer tomada para recarga.
No Brasil, a fabricante que comercia-liza  a  empilhadeira  híbrida  é  a  Komatsu. 

A  marca  fabrica  empilhadeiras  elétricas convencionais  que  vêm  equipadas  com dispositivo  de  frenagem  regenerativo. “A  corrente  regenerativa  é  recuperada  e armazenada na bateria. Porém, em razão da  elevada  resistência  interna  da  bateria em si, a corrente não pode ser capturada instantaneamente. A maior parcela dessa corrente é descarregada na forma de ca-lor, ficando o percentual de recuperação entre  cerca  de  2%  e  3%”,  afirma  Charlie Nishimura, gerente de empilhadeiras.

Energia cada vez mais sustentávelO  sistema  elétrico  híbrido,  por  sua vez,  possui  um  capacitor  como  segunda fonte de alimentação, que pode recuperar, armazenar e descarregar a alta corrente produzida.  Esse  é  o  primeiro  sistema  no mundo que reutiliza corrente regenerati-va, eliminando fugas e contribuindo para uma  redução  ainda  maiorl  do  impacto ambiental.  “Além  do  funcionamento  do capacitor,  que  contribui  para  a  redução de  até  20%  de  consumo  da  energia,  o equipamento  híbrido  vem  equipado  com o  carregador  rápido  (1  hora)  que  elimina o tempo de troca da bateria diária e a ne-cessidade de construir uma ‘sala de bate-rias’”, completa Charlie.
A  KK  Logística,  representante  exclusi-va das empilhadeiras Komatsu, no Brasil, e a In Haus, empresa especializada em servi-ços logísticos do grupo GPS um projeto de logística  mais  ecologicamente  responsável na petroquímica Braskem. “As empilhadei-ras híbridas da Komatsu estão em operação na Braskem, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Propusemos para o cliente trocar os equipamentos já existentes por outros que emitissem  menos  poluentes”,  explica  José Carlos Storino, diretor da KK Logística
Hidrogênio
A  alternativa  mais  recente  que  está sendo  desenvolvida  na  área  de  energia para  empilhadeiras,  sem  dúvida,  é  a  cé-lula  de  combustível  de  hidrogênio.  Uma bateria a hidrogênio é um dispositivo que converte a energia convencional do hidro-gênio  e  do  oxigênio  em  energia  elétrica, produzindo  uma  corrente  elétrica  que  é armazenada  na  bateria.  É  similar  a  uma bateria que tem um ânodo e um cátodo.
Funcionamento de uma bateria movida   a  hidrogênioEnquanto  uma  bateria  convencional somente é capaz de armazenar a energia, a de hidrogênio pode gerá-la. Os sistemas de  bateria  a  hidrogênio  também  têm  si-milaridades com um motor a combustão, exceto por poder operar em temperaturas baixas e com menor número de peças. No processo de conversão eletroquímica para criar  a  eletricidade,  os  únicos  subprodu-tos dessa bateria são a água e o calor.

Células de combustível de hidrogênio oferecem maior produtividade porque po-dem ser reabastecidas em alguns minutos em vez de oito horas, eliminando a neces-sidade de trocar a bateria. 

A desvantagem desse tipo de alterna-tiva  é  o  fato  de  a  tecnologia  de  célula  de combustão de hidrogênio ser  complexa e cara. Seu alto custo de desenvolvimento é o que está impedindo a produção em mas-sa  dessas  inovações.  Se  os  preços  dos combustíveis fósseis continuarem a cres-cer, como parece ser a tendência,  as no-vas tecnologias serão viáveis.


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